quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quebra de paradigmas?


     A moda sempre teve a colaboração das modelos que, logicamente, desfilam em passarelas para estilistas que fazem suas obras. Antigamente, as mulheres eram recrutadas apenas pela necessidade de desfile, na própria corte do Luiz XV, as cortesãs deixavam esse serviço de desfile para suas criadas pois não se sentiam a vontade - e mais para observar os vestidos - deixando assim, para mulheres mais belas. Lembre-se que as cortesãs, as nobrezas e as princesas procuravam a moda a qualquer custo, mas muitas vezes as roupas eram feitas sob medida e as modelos eram apenas para visualização ou "ilustração ao vivo" das roupas.
     Desse tempo até o início do século XX muitas coisas mudaram. A economia de mercado, a glamourização, a Belle Époque e a tecnologia permitiram também uma criação de conceito também para modelar, assim surgiram as modelos profissionais, quando andar nas passarelas com o vestido não era apenas vestir, mas sim, ter a Arte de expressar não só o que veste, como todo o conteúdo que inclui a pessoa, o tempo, a dinâmica e a estética.
     Surgem nos anos 50 o conceito das supermodels. Aquelas que o status chegavam a rivalizar com as atrizes e seus rostos estampados em posteres, cartazes, fotos, revistas e televisão. Era a era da globalização, ou melhor, a informática que permitia a veiculação da imagem de forma mais rápida. Nasceu o que seria o "padrão de beleza", quando Marilyn Monroe se destacava com suas formas voluptosas que estampavam não só as fotografias das reistas como as telas de cinema. Já os anos 60 e 70 há uma mudança abupta, a modelo Twiggy acaba impondo o padrão andrógeno que imperaria até ás vésperas do século XXI. Modelos como Cindy Crawford, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Kate Moss e até a Carla Bruni, mostravam um corpo meio esquelético e masculinizado.
     Foi então que surgiu ela. Para quebrar esse padrão de que o corpo feminino não deveria ser voluptosa, "cheinha" e parecido como um adolescente, Gisele pode colocar um pouco da sensualidade brasileira, sem quebrar com a beleza já consagradas pelas já consagradas modelos. Sua forma mais harmônica, sem extremismo, com mais feminilidade coloca um pouco mais de vida, mais alegria mais "joir de vivre" na passarela em contrapartida com os desfiles esquelético e mórbido que imperou na década de 80.
     Nasceria um desfile mais orgânico, com mais luminosidade e com saúde. Juntamente com Alessandra Ambrosio e Adriana Lima, parece que o mundo lança seus olhares para algo mais tropical, da luz do sol, da água refletida e da primavera verão que os modelos mais europeizada, da neve, do gélido vento e do outono inverno. É uma forma de mostrar que a moda e saúde pode caminhar em conjunto, e que a beleza e a sensualidade pode sim caminhar com a mudança do nosso mundo.

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